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USAID SPEED

ICM quer envolver o sector privado para viabilizar a comercialização dos produtos agrícolas

Vice-Ministro do MIC, Júlio João Pio discursando no evento

Para os próximos dez anos, o Instituto de Cereais de Moçambique (ICM) vai trabalhar em estreita colaboração com empresas do sector privado para incrementar o escoamento e venda dos excedentes agrícolas existentes no país. A informação foi avançada recentemente em Maputo, pelo Director-Geral da instituição, Mohamed Vala, no Seminário de Harmonização do Plano Estratégico (2019-2018).

Mohamed Vala disse que os níveis de produção são animadores, mas o país falha na comercialização e processamento, ao que “o envolvimento do sector privado mostra-se um imperativo rumo a meta de garantir a segurança alimentar, assegurando desse modo dinheiro para o produtor rural”, explicou.

“Nesta cooperação, o ICM não será um operador directo, mas sim um agenciador entre os produtores-comerciantes-compradores desses excedentes agrícolas”, salientou.

Sem descurar outras fontes de financiamento, o ICM vai continuar a arrendar os armazéns de conservação de alimentos, sendo que, o instituto prevê para os próximos anos uma reserva alimentar de cerca de 7.500 toneladas de milho sendo 3000 para a província de Tete, 2000 para Zambézia e 2.500 para Niassa.

Discursando na abertura do evento, o vice-Ministro da Indústria e Comércio, Júlio João Pio, disse esperar que o documento final apresente-se programático e sustentável com vista garantir alimentação para a população moçambicana.

A proposta do Plano Estratégico ora em discussão, foi elaborada com apoio da USAID através do Projecto SPEED+. O documento apresenta quatro objectivos, essencialmente ligados ao desenvolvimento do mercado, facilitação do investimento privado e manutenção de uma reserva estratégica para momentos de crise. 

O mapa agro-ecológico do país indica que comparativamente a zona Sul, as zonas Centro e Norte são as que mais produzem para alimentar o resto do país. No entanto, muitos produtores por dificuldades internas de escoamento acabam por comercializar para os países vizinhos com que fazem fronteira. Para o consultor do ICM, João Macamo enquanto não se estudar estratégias de administrar o negócio nessas zonas, as populações locais vão continuar a vender os seus excedentes fora do país, tendo sugerido parcerias com as universidades para elaborar-se trabalhos científicos a respeito do caso de modo que o país não perca o mercado para comercializar os produtos.

 Os participantes do seminário deram as suas contribuições em relação ao documento.

“O ICM deve trabalhar na garantia dos padrões de qualidade dos produtos comercializados de modo que o mercado externo se abra para compra dos produtos nacionais, recomendou Eugénio Macamo da FAO.

Em 2016, o Conselho de Ministros reestruturou o ICM. O SPEED+ procura orientar o ICM na sua reestruturação, sugerir modelos de melhores práticas para cada uma das funções chave de modo a estimular a produção e promover o comércio de produtos agrícolas.

Harmonizado o plano estratégico segue-se a elaboração do plano operacional que deverá arrolar acções concretas para a concretização da missão de garantir reservas estratégicas para a segurança alimentar e contribuir para a estabilização de preços.