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INCAJU instado privilegiar políticas que fomentam o equilíbrio de género no subsector de caju

A participação de mulheres ao longo de toda a cadeia de valor do subsector de caju é ainda desigual comparativamente aos homens. Aproximadamente 30% dos 1,2 milhões de famílias produtoras de caju são liderados por mulheres, e mais de metade dos 10.000 trabalhadores sazonais em fábricas de processamento de cajus são mulheres, sendo que os homens encontram-se maioritariamente em posições de gestão, segundo Dados da USAID, publicados em 2016.

Ademais, os homens têm mais acesso a projectos porque controlam a terra e são os que representam os agricultores em suas associações / organizações comunitárias.

Outra preocupação prende-se com a necessidade de fomentar acções tendentes a aumentar o número de mulheres na actividade de extensão agrária. Tomando em conta o número de extensionistas por província, o estudo revela que a actividade de extensão agrária é maioritariamente dominada por homens.

Como uma forma de contribuir para a redução da desigualdade prevalecente, decorreu recentemente, em Maputo, um seminário que visava sensibilizar o Instituto de Fomento do Cajú, INCAJU, IP, a incrementar políticas que visem o equilíbrio de género no subsector de caju.

A formação destinada aos técnicos do INCAJU, IP, contou com a facilitação de consultores especialistas em matérias de género, Kira Ugaz e Isabela Soares, tendo contemplado exercícios práticos para além de diferentes temáticas ligadas ao equilíbrio de género, donde apontou-se a aspectos culturais e baixo índice de alfabetização como factores que concorrem para essa desigualdade de oportunidades.

A disparidade de género mostra-se também na cadeia de valor, onde as mulheres estão no processamento e os homens na gestão, facto decorrente da fraca alfabetização das mulheres em comparação com os homens.

Considerando que vai iniciar nos próximos tempos o processo de disseminação do regulamento do Caju, os participantes foram desafiados a privilegiar uma comunicação sensível ao género, com vista a garantir oportunidades iguais entre homens e mulheres.

Sensibilizada com a formação orientada pelo INCAJU, IP, com apoio da USAID através do Projecto SPEED+, a participante Victória Estevão, técnica do INCAJU Sofala, disse ser necessário integrar o género nos planos de acção. Por sua vez Jorge Fole, delegado da instituição, prometeu disseminar e replicar as lições aprendidas aos outros profissionais da área.

No mesmo diapasão, o Director Nacional do INCAJU,IP, Ilídio Bande, disse esperar que a formação sirva para quebrar as barreiras de género que prevalecem no sector de cajú em Moçambique, com enfoque nas zonas rurais.

Segundo dados do Governo, o subsector do caju tem vindo a incrementar a economia do país. Na campanha 2016/2017, o subsector do caju arrecadou cerca de 7.4 mil milhões de meticais (120 milhões de dólares), resultantes da comercialização de 137 mil toneladas.

Ciente desta realidade, a USAID através do Projecto SPEED+ apoia o INCAJU, IP a promover a indústria do caju e seus derivados.